Ao lado de 50 grupos das cinco regiões do Brasil, o Boi Calemba Pintadinho, de São Gonçalo do Amarante, representou o Rio Grande do Norte durante o Festival do Folclore de Olímpia/SP (Fefol). Durante a 55° edição do evento, realizado entre os dias 3 e 11 de agosto, o grupo potiguar realizou apresentações no palco principal, palco B, minifestival (destinado a crianças e adolescentes), peregrinação pelas ruas centrais da cidade paulista e na missa em ação de graças pelo festival, além de participar do Seminário de Estudos Relacionados ao Folclore, sendo um dos temas destaques, junto com outras manifestações culturais do RN.
Essa foi a terceira participação do centenário grupo são-gonçalense no FEFOL, considerado um dos principais festivais do país. A Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante incentivou o grupo com o valor de R$ 25 mil, através de edital da Fundação de Cultura Dona Militana, recursos utilizados para custear a locomoção e alimentação de 25 integrantes. “Mais uma vez tivemos o prazer de mostrar para milhares de pessoas a beleza da nossa cultura. Esse é um momento de muita alegria para todos nós”, bservou Kléber Teixeira, coordenador do Boi Calemba.
O boi
O “Boi-Calemba” é a versão potiguar do “bumba meu boi”. Também conhecido
como Boi de Reis, é um auto popular que trata da morte e ressurreição
de um boi. O grupo é composto por “enfeitados” e “mascarados”, divididos
em mestre, galantes e damas.
Executando cantigas antigas, eles fazem a coreografia ao som da rabeca. O figurino é enfeitado com fitas coloridas e espelhos. Os mascarados representam a parte cômica da dança. O trio formado por Birico, Mateus e a Catirina se apresentam usando roupas vermelhas, rostos pintados e se utilizam dos gestos e paródias dos galantes.
Outras figuras integram a apresentação como a Burrinha, o Bode, o Gigante (cavalo marinho), o Jaraguá e o Boi. Os instrumentos utilizados são a rabeca, o pandeiro e alguns instrumentos de corda, podendo ser substituídos pela sanfona.
O Boi Calemba Pintadinho de São Gonçalo do Amarante é um dos grupos mais tradicionais do Rio Grande do Norte, com 114 anos de existência.